domingo, 15 de novembro de 2015

I Parada LGBT de Trindade supera expectativas


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Aconteceu neste domingo, 1º de novembro, a I Parada LGBT de Trindade. A “capital da fé” se coloriu com as cores do arco-íris e deu o seu primeiro grito contra o racismo, o machismo e a homofobia. Com o tema “É preciso conhecer para respeitar”, alguns milhares de pessoas se reuniram nas adjacências do Ginásio Armando Greco para festejar o orgulho LGBT.

Foram mais de três meses de negociações, e de muitos entraves, até que o Grupo da Diversidade LGBT de Anápolis (GDA) tivesse em mãos o documento que, enfim, autorizava a realização do evento. A primeira parada da cidade ainda contou com o apoio da Associação da Parada do Orgulho GLBT de Goiás (APOGLBT-GO), Associação de Cidadania, Direitos Humanos e Cultura Aparecidense (ACDH-A) e União dos Jovens Socialistas de Anápolis (UJS).

A concentração começou por volta das doze horas, com o fechamento das ruas e a decoração dos trios. Uma imensa bandeira do arco-íris foi erguida na faixa central da principal avenida da cidade, chamando a atenção dos transeuntes. Aos poucos, os bares das imediações foram ficando lotados.

Por volta das dezesseis horas, um forte temporal desabou sobre a cidade, obrigando os manifestantes a se abrigarem sob as marquises do ginásio; mas nada que diminuísse a empolgação e o entusiasmo. Muitos aproveitaram esse momento para fazer o Teste Rápido de Fluído Oral, oferecido na “Tenda da Prevenção”, que foi organizada em parceria com o Fórum de Transexuais de Goiás. Na oportunidade foram realizados cerca de 80 testes.

Passada a chuva, começaram as atividades no trio principal. Se apresentaram DJ Juno Duran, Daniel gogodance, a drag Bulclea Clea, Salete Lopez (Miss Trindade) e a top drag Waysla Blond. Devido à pista encharcada pela chuva, as apresentações dos Bondes de Funk não puderam ser realizadas, tendo em vista a segurança dos dançarinos. Na sequência, Marco Aurélio Oliveira, do grupo Oxumaré/Ypê Rosa fez um inflamado discurso sobre a importância desse momento histórico para a cidade e também da necessidade de se lutar pela questão dos direitos humanos e da cidadania LGBT. Gleidson Campos, Mayck e Francisco Mendes foram outros militantes que fizeram uso da palavra.

Por volta das dezoito horas e trinta minutos, após a execução do Hino Nacional, a multidão saiu em passeata pelas ruas principais da cidade, chamando a atenção dos moradores por onde passava. A noite caiu e junto com ela, mais uma pancada de chuva. Mas, a essa altura, a chuva serviu apenas para lavar a alma dos manifestantes, que acabavam de escrever um capítulo importante do movimento LGBT de Goiás: levar as manifestações do orgulho para as ruas de mais uma cidade. Mas não apenas de mais uma cidade, e sim de uma cidade que é um dos bastiões da fé e da religiosidade no Brasil.
 
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